quinta-feira, 30 de junho de 2011

AMIGO DOS PECADORES




Amigo dos pecadores
Todos os publicanos e pecadores estavam se reunindo para ouvi-lo. Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: “Este homem recebe pecadores e come com eles”. Lucas 15:1, 2, NVI.
Julho chegou – e nos voltamos agora para o evangelho de Lucas.

Lucas difere dos demais escritores dos evangelhos em dois aspectos importantes: ele não era judeu, e era médico. Sabemos pouco sobre ele, exceto que era um amigo de Paulo, o qual o acompanhou em algumas de suas viagens. Lucas aparece de repente no relato de Atos conforme a narrativa muda de "eles" para "nós" (Atos 16:10). Paulo o chamou de "o médico amado" (Col. 4:14).
Mateus e João foram apóstolos e incluíram informações de primeira mão em seus escritos. Marcos não foi um dos doze, mas de acordo com antigas tradições, ele ouviu Pedro pregar sobre Jesus e baseou seu Evangelho nessas recordações. Lucas diz-nos que, ao escrever, tinha diante de si outros relatos da vida e ministério de Jesus (Lucas 1:1, 2). O Espírito Santo guiou-o na seleção do material.
Diferentemente dos demais escritores dos evangelhos, Lucas escreveu a sua história de Jesus para uma pessoa notável, Teófilo (Lucas 1:5, Atos 1:1).
Obviamente Lucas queria que o seu evangelho circulasse pelo mundo romano – e esta era uma maneira de recomendá-lo a outros.
Que retrato de Jesus surge da mão deste médico gentio? Um Cristo que, como Salvador do mundo, traz esperança e vida nova para todos, independentemente do status social.
Talvez as experiências de vida do médico Lucas o tenham tornado sensível para com aqueles que tiveram menos sorte na sociedade. Talvez o fato de ser um gentio o tenha ajudado a apreciar a universalidade da mensagem de Jesus – talvez ele tenha sofrido por conta da exclusividade e do preconceito dos Judeus. De qualquer forma, seu Evangelho destaca-se dos demais por sua preocupação com os oprimidos, os humildes, os desprezados e os marginalizados. Aqui Jesus não é apenas o "filho de Davi", ou o "filho de Abraão" (Mateus 1:1) – Ele é o Filho de Adão (Lucas 3:38), amigo de todos.
"Amigo de pecadores!" essa foi a acusação que lançaram contra ele. Mas, na verdade, foi um elogio! Como ninguém era indigno demais, ou impotente demais ou pobre demais para Jesus, temos esperança e nova vida nEle!
ORAÇÃO
Jesus, amigo dos pecadores, seja meu amigo hoje.

Autor: William G. Johnsson

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O CRISTO DO HOMEM COMUM



O Cristo do Homem Comum
 
E a grande multidão o ouvia com prazer. Marcos 12:37, NVI.
 
Vivemos na era do homem comum. Do homem em sua individualidade, em sua singularidade, independentemente da linhagem ou título ou raça – este é um dos principais movimentos sociais do nosso tempo, ainda que pouco tenha alcançado.
Há 200 anos compositores como Bach e Mozart buscaram patronos para suas artes e dedicaram suas músicas para reis e condes, em nossos dias Aaron Copland escreve Fanfarra para o Homem Comum.
 
Na verdade, Jesus sempre foi o Cristo do homem comum. Em seus dias o povo comum o ouvia com prazer, enquanto os fariseus e saduceus o ignoravam ou olhavam para ele com desprezo. Depois de Sua morte e ressurreição a nova fé em Seu nome espalhou-se rapidamente – mas em grande parte entre as pessoas comuns. "Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados,", escreveu Paulo aos crentes de Corinto "Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento". (1 Cor 1:26, NVI) O Cristianismo se espalhou rapidamente entre os escravos – assim como aconteceu em tempos modernos.
 
O pagão Celso, um crítico de Cristo e dos primeiros cristãos, tentou denegrir Jesus. “Ele é o mais estranho dos professores”, disse Celso, “pois... enquanto todos os outros dizem,'Vinde a mim, vocês que são limpos e dignos,' esse extranho mestre, afirma 'Vinde a mim, vocês que estão abatidos e feridos pela vida', e assim, tomado ao pé da letra por essas pessoas sem futuro, ele é seguido de perto pelos trapos e farrapos da humanidade que correm atrás dele”.
 
O estudioso cristão Orígenes respondeu: “Sim, mas Ele não lhes deixa como trapos e farrapos da humanidade; mas com o material que você teria jogado fora como inútil Ele forja homens, devolvendo-lhes a dignidade, permitindo-lhes ficarem de pé e olharem a Deus nos olhos. Eles eram considerados inúteis, desnecessários e sem valor. Mas o Filho os libertou!”
 
E Jesus ainda liberta homens e mulheres. Ele é o Cristo do homem comum, não porque deixe de lado os ricos, os orgulhosos, e os poderosos, mas porque eles o deixam de lado.
 
Mas todo aquele que sente a sua necessidade e vem a Jesus, lançando a vida sobre Ele, perceberá que Ele é o Cristo. Esse simples carpinteiro galileu é o Salvador e Senhor, em quem encontramos perdão e novidade de vida.
 
ORAÇÃO
 
Obrigado querido Jesus porque me aceitas com minhas fragilidades, devolves minha dignidade e fazes de mim um novo homem.
 
Autor: William G. Johnsson

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O PURO E O IMPURO



O Puro e o Impuro
 
E continuou: O que sai do homem é que o torna impuro. Marcos 7:20, NVI.
 
Os fariseus eram fanáticos por limpeza. Para eles, a limpeza não era apenas parte da piedade – era a piedade.
 
Marcos nos fala de seus escrúpulos no capítulo 7, versículos 1-4. Quando eles chegavam do mercado, não tocavam em nenhuma comida, a menos que primeiro passassem por uma lavagem cerimonial. A tradição exigia uma série de detalhes: "A lavagem aqui referida era estritamente ritualística, e não sanitária. É dito que este rito consistia em derramar uma pequena quantidade de água sobre os dedos e a palma, primeiro de uma mão e depois da outra, com a mão inclinada de tal maneira que a água corresse da palma para o pulso, mas não além deste (cuidando o tempo todo para que a água não escorresse de volta para a palma), e depois alternadamente esfregando uma mão com a palma da outra mão. A quantidade mínima de água prescrita era a que pudesse caber em uma casca e meia de ovo "(SDA Bible Commentary, vol. 5, p. 622).
 
Não admira que Jesus tenha protestado contra tal banalização da religião. Ele se recusou a obedecer às tradicionais leis de purificação, e também encorajou seus discípulos a ignorá-las. Quando os fariseus e os advogados acusaram os discípulos de transgredirem a lei, Jesus respondeu: "Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens" (versículo 8, NVI).
 
Mais tarde, Jesus explicou a verdadeira diferença entre o puro e o impuro: "O que sai do homem é que o torna impuro. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças..."(versos 20-22, NVI).
 
É claro que as pessoas hoje não cairiam num pensamento tão distorcido, como esse dos fariseus. Ou cairiam?
 
Os americanos têm uma paixão por limpeza. O banheiro se tornou a principal atração das novas casas – grandes, elaborados, caros (podem vir equipados com TV, telefone e outros aparatos eletrônicos!). Gastamos anualmente bilhões em shampoos, loções, perfumes, desodorantes, pós e cremes desenvolvidos para fazerem com que nos sintamos limpos e pareçamos limpos aos olhos de outros. Desprezamos "o colarinho sujo" e qualquer resquicio de odor corporal.
 
Mas de dentro do nosso corpo ensaboado e lavado saem as mesmas coisas que Jesus repreendeu na fariseus. Uma boca bonita, limpa, escovada e enxaguada, profere palavras de ódio, orgulho, egoísmo e imoralidade.
 
Que bom se dedicássemos tanto tempo a limpeza do homem interior, como dedicamos ao exterior!
 
ORAÇÃO
 
Senhor. Reconheço que meus pensamentos e motivos são impuros. Purifica o meu interior para que eu possa refletir a beleza do Seu caráter.
 
Autor: William G. Johnsson

sábado, 25 de junho de 2011





A Conexão Familiar
 
Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Marcos 3:34, 35, NVI.
 
Alguns anos atrás visitei a penitenciária estadual em Nashville, Tennessee. É uma estrutura sombria, proibida, semelhante a um castelo, onde homens condenados por assassinato e outros crimes estão presos sob segurança máxima, alguns à espera da execução. Drogas, estupro homossexual, e assassinatos são comuns.
 
No entanto, os Adventistas do Sétimo Dia têm uma igreja dentro dos muros da prisão. Iniciado por Conn Arnold quando era diretor de jovens na Associação de Kentucky, Tennessee, a igreja agora se reúne sob a direção de leigos da Primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia de Nashville.
 
Como a minha visita foi organizada com pouca antecedência, apenas cerca de 20 detentos, em vez dos habituais 70 ou mais, puderam participar. Nos reunimos em uma sala austera, completamente sem janelas. Tínhamos exatamente uma hora para a reunião.
 
Os presos queriam falar, fazer perguntas. Após cerca de 40 minutos um homem alto e magro que tinha estado a me olhar atentamente falou.
 
“Sr. Johnsson, eu queria ter conhecido alguém como você há muito tempo.
 
Primeiro conheci Conn, e ele era diferente de qualquer outro que eu conhecia. Então, veio o Doug [um dos anciãos da igreja], e ele era diferente também, mas de alguma forma ele era parecido com Conn. Eu costumava me perguntar: O que eles tem de diferente? Eu costumava me perguntar: Se um adventista do sétimo dia viesse de outro lugar – da Califórnia, por exemplo, ou de Nova York – teria esse mesmo tipo de diferença?
 
“E então, conheci você hoje. Você veio de muito longe, de Washington, D.C. Você é diferente de Conn e Doug, e contudo, de alguma forma, você é exatamente como eles.”
Ele fez uma pausa. Seus olhos me fitavam diretamente nos olhos. E eu me senti ao mesmo tempo orgulhoso e humilde. Ele me fez um dos maiores elogios que já recebi.
 
Há uma conexão familiar. Embora a pele, os rostos, as pessoas sejam diferentes, estamos conectados uns aos outros. Somos irmãos e irmãs de Jesus.
 
Que família!
 
ORAÇÃO
 
Senhor. Possam todos que me cercam ver Jesus em mim.

Autor: William G. Johnsson

sexta-feira, 24 de junho de 2011

UM TESOURO DE LIÇÕES


Um Tesouro de Lições
 
Tomando os cinco pães e os dois peixes e, olhando para o céu, deu graças e partiu os pães. Em seguida, entregou-os aos seus discípulos para que os servissem ao povo. E também dividiu os dois peixes entre todos eles. Marcos 6:41, NVI.
 
"A simples refeição passada em torno, pela mão dos discípulos, encerra todo um tesouro de lições", comenta Ellen White sobre o milagre de Jesus ao alimentar as 5.000 pessoas (O Desejado de Todas as Nações, p. 366, 367). Aqui estão algumas dessas preciosas lições:
 
1. A simplicidade da refeição provida por Jesus. Aqui você encontra o Criador do universo trabalhando, alimentando uma multidão de seres humanos com fome. Ele poderia ter feito caviar; deu-lhes peixe. Ele poderia ter criado croissants; forneceu-lhes pão de cevada.

Entretanto nunca pão e peixe foram tão saborosos! Comida simples, saudável, bem preparada e bem servida, ainda é a mais satisfatória.
 
2. Jesus cuida de todas as necessidades dos Seus filhos. Aquele que muito tempo atrás alimentou a multidão na encosta da montanha ainda cuida das necessidades até mesmo dos passarinhos. Toda coisa boa vem de sua mão – e o melhor de tudo é a Sua presença. "Nunca o deixarei, nunca o abandonarei", Ele promete (Hebreus 13:5, NVI).

Somos completos nEle. "O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus" (Filipenses 4:19).
 
3. Deus nos chama para cooperarmos com ele. Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, mas o primeiro os discípulos lhe trouxeram os cinco pães e os dois peixes; os discípulos também distribuíram o alimento para a multidão. Jesus não criou um banquete do nada, sem contar com a colaboração dos seus auxiliares.
 
4. Recolham os pedaços. Aquele que tinha infinitos recursos à sua disposição ordenou aos discípulos que recolhessem os fragmentos, para que nada se perdesse.
 
Quando Rajneesh, o guru de Antelope, Oregon, estava no auge de sua popularidade, possuía mais de 60 Rolls Roycesl Para ele, religião significava acumular riquezas. Que contraste com o Filho de Deus, que deixou o céu para amor a nós! Assim como Ele viveu para dar vida aos outros, assim também devemos nós repartir os seus fragmentos com os homens e mulheres de hoje.
 
 
ORAÇÃO
 
Senhor provedor. Obrigado pelo privilégio de cooperar contigo através de uma vida de serviço ao semelhante. Ensina-me a valorizar cada pequena dádiva que vem de Ti.
Autor: William G. Johnsson

O REI RELUTANTE


O Rei Relutante
 
Logo depois, Jesus ordenou aos discípulos que subissem no barco e fossem na frente para o povoado de Betsaida, no lado leste do lago, enquanto ele mandava o povo embora. Marcos 6:45, NTLH.
 
Depois de uma refeição saudável, os convidados se levantam e abençoam o anfitrião. E após o anfitrião ter criado comida para eles, multiplicando cinco pães e dois peixes para alimentar milhares, os convidados estão prontos para acariciarem sonhos de grandeza.
 
Este camponês de Nazaré – poderia Ele ser o tão esperado Libertador?
 
Poderia Ele ser realmente o Messias, e não o haviamos reconhecido? Se Ele pode fornecer alimento para tantas pessoas, os seus exércitos não terão falta de comida. Os soldados também não precisarão ter medo, porque Ele pode curar os feridos e até mesmo ressuscitar os mortos. Ele vai conduzir o país à libertação da odiada força de ocupação Romana. Seremos livres!
 
Interessante – Jesus havia dado provas claras de Sua divindade. Ele havia curado milhares; Suas palavras haviam trazido paz, perdão e esperança, as pessoas tinham encontrado nova vida Nele, Seu caráter não tinha mancha ou defeito. Os homens da Galiléia haviam visto tudo isso, mas ainda duvidavam.
 
Eles não podiam enxergar mais do que sua origem humilde, Seu porte despretensioso, Sua abordagem gentil. Somente quando suas barrigas ficaram cheias com o alimento providenciado por Ele, é que eles decidiram aclamá-lo rei.
 
A Escritura nos diz que Jesus "ordenou" aos discípulos para que entrassem no barco e saissem dalí. A linguagem do texto é forte – o Mestre obrigou-os a deixarem o local. Eles também haviam captado o espírito da multidão. Eles aplaudiram o movimento popular para coroar Jesus. Jesus como rei?
 
Fantástico! E eles seriam os principais oficiais no governo do Messias.
 
Mas Jesus disse não. Firmemente, decididamente, despediu a multidão e ordenou aos discípulos que saíssem rapidamente dali de barco. Ele não deu atenção aos argumentos deles, jogou água fria em seu entusiasmo.
 
Foi um momento decisivo. Aquela montanha na Galiléia foi o ponto alto da popularidade do Salvador, o momento em que tudo conduzia a um movimento de massas, a um levante popular. Mas o rei recusou a coroa, e as expectativas nunca chegariam a tal ápice novamente. Seus seguidores iriam diminuir gradualmente, até que um dia, no monte do Calvário, Ele ficaria totalmente sozinho.
 
Jesus escolheu a cruz naquele dia. Escolheu a cruz quando a coroa estava tão próxima.
 
Devemos fazer o mesmo.
 
ORAÇÃO
 
Rei sábio e poderoso. Coloca em meu coração o firme desejo de seguir a Tua agenda e não as preferências da multidão.

Autor: William G. Johnsson